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Igreja de S. Bento Rua de São Francisco 12, |
Esta igreja fez parte de um convento beneditino dedicado à Santa Escolástica (irmã do patriarca S. Bento), fundado em 1590 por iniciativa de uma dama nobre chamada Maria Teixeira, na casa que lhe pertencia e de que subsiste a pedra de armas no exterior da igreja.
O convento, do qual apenas subsiste a igreja e parte das dependências a Norte, onde atualmente estão instalados os serviços do SEF e a 7ª Companhia do GIPS, tinha como objetivo acolher religiosas provenientes das famílias nobres da região.
A vida monástica iniciou-se neste local em 1592, e, em 1721, contava com cento e quarenta e quatro religiosas, quatro conversas e onze noviças. Após a extinção das ordens religiosas em 1834, o mosteiro entra em ruína e, em 1852, a Câmara Municipal de Bragança, apresentou um pedido para aqui instalar variados serviços, que ao longo do tempo foram alterando a configuração original do imóvel. Aqui estiveram o Liceu, o Asilo do Duque de Bragança, a Alfândega, o Tribunal de Justiça, a PSP, o Governo Civil e diversos serviços municipais.
Internamente, a igreja é composta por uma nave única, dois coros (um alto e outro baixo) e capela-mor, a sacristia e um pequeno anexo, encontram-se adossados ao templo na fachada posterior.
A capela-mor tem o arco triunfal emoldurado a talha dourada, e na parte superior, está decorado com uma pintura a óleo que representa o Templo de Jerusalém, ao centro e nas laterais, possui ainda três nichos, também revestidos a talha dourada, que contêm imagens de São Bento.
O retábulo do altar-mor, arquivoltado e de tribuna profunda, é barroco joanino, com talha dourada ricamente trabalhada, com uma imagem do patrono do templo ao centro, tendo o seu fabrico ocorrido em 1721.
O teto da capela-mor também merece ser salientado, “pela sua extrema raridade e perfeição da execução, uma autêntica relíquia de feição mudéjar dos finais do século XVI, de formato octogonal, parcialmente encoberto pelo altar-mor”.
Do lado do evangelho, o retábulo alberga uma imagem seiscentista, da Imaculada Conceição, e do lado da epístola, temos o retábulo da Santa Cruz, com duas imagens da Virgem a ladearem o Cristo crucificado.
A seguir ao retábulo da Imaculada Conceição, temos uma mísula ocupada com uma imagem de São Paulo, a que se segue, o púlpito, com dossel, estrado em cantaria e grade balaustrada, igualmente do século XVII. Ao púlpito, segue-se um retábulo de estilo rocaille, e por isso, já dos meados do século XVIII, que se encontra ocupado por uma imagem de São Pedro. Do lado oposto, a seguir ao retábulo da Santa Cruz, temos uma mísula ocupada pela imagem de São Rafael Arcanjo, a que se segue, um retábulo de talha barroca nacional, ocupado pela imagem de São João Baptista.
Uma das particularidades desta igreja, é o facto de ter dois coros, um alto e outro baixo, ambos localizados ao fundo da nave do templo. Tem incrustado na parede do lado do Evangelho, uma lápide inscrita, e do lado da epístola, encontra-se a pia de água benta, junto à parede fundeira estão as escadas de acesso ao coro-alto, revestidas por apainelados pintados com motivos fitomórficos e policromos.
Mas o grande destaque do templo vai para o teto da nave, em forma de abobada de berço, por se encontrar pintado a óleo sobre madeira, com uma gravura prospética, datada de 1763, e cuja autoria se atribui a Manuel Caetano Fortuna. Obra artística, de enorme beleza e detalhe, tem no centro da composição a representação da Santíssima Trindade, ladeada pela ascensão da Santa Escolástica, do lado da capela-mor, e pela ascensão de São Bento e da Imaculada Conceição, do lado dos coros. Nas laterais, estão ainda representadas simbolicamente, as quatro virtudes cardinais, a Temperança e a Fortaleza do lado do Evangelho, e a Prudência e Justiça do lado da Epístola.
É de salientar ainda, os dois vidrais das janelas da nave, que estão do lado da Epístola, um representando São Bento, com a inscrição: “SÃO BENTO PADROEIRO DA EUROPA E DO NORDESTE”, e o outro, representando a Santa Escolástica, com a inscrição: “TITULAR DO MOSTEIRO SANTA ESCOLÁSTICA”.
No exterior, o portal, à semelhança da grande parte das igrejas conventuais, é lateral e tipicamente barroco. Foi construído em 1690, pelas mãos do mestre canteiro Martinho da Veiga, achando-se flanqueado por pilastras com capitéis jónicos e encimado por um nicho, ladeado por duas aletas. Do lado esquerdo do portal, está incrustado na parede, o brasão de armas da família fundadora do convento, a família Teixeira, datado do século XVII.
Entrada Gratuita
Aberto todos os dias das 15h00 às 17h00
Rua de São Francisco 12,
5300-252 Bragança
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