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Castelo de Bragança R. Dom João V nº 62 5300-025 Bragança |
Em 1187, D. Sancho I concede o primeiro foral aos povoadores da vila de Bragança. O monarca troca com o Mosteiro de Castro de Avelãs a herdade de Benquerença, com o intuito de aí fundar uma nova povoação e logo depois, em março de 1188, concede uma quantia em dinheiro para a construção das suas primeiras muralhas. O rei procurava, assim, assegurar um controlo mais efetivo da fronteira transmontana.
Talvez por compreender a importância estratégica da fortificação, o rei D. Dinis (1279 – 1325) deu grande incremento aos trabalhos de fortificação no castelo (mais um “castelo novo” dos muitos que foram edificados no seu tempo), dotando-o de um segundo perímetro muralhado, do estilo barbacã, cujos vestígios ainda podemos ver na vertente norte do acastelamento. É sobre este castelo, ou a partir dele, que se constrói o que podemos ver hoje.
Posteriormente, já sob o reinado de D. Fernando I (1367 – 1383) a fortaleza recebe obras de beneficiação.
A fortificação que hoje vemos foi mandada erigir por D. João I, corria o ano de 1409, e a obra prolongou-se por algumas décadas, abrangendo os reinados de D. Duarte (1433 – 1438) e de D. Afonso V (1438 – 1481), só ficando terminadas em 1449.
Construída no ponto mais defensável do castelo, destaca-se a Torre de Menagem, de base quadrangular, envolvida por torres cilíndricas, com 33 metros de altura – “mais larga e robusta que as maiores torres góticas do sul” – é, porventura “a mais elegante e bela do país”. Na fachada sul, destacam-se a janela ogival geminada e a pedra de armas de D. João I; no seu interior, uma cisterna (que servia uma função residencial) e amplos vãos de esmerado lavor.
É coroada por ameias com seteiras cruzadas, um balcão com mata-cães na face virada a Norte, para proteger a porta de entrada, e quatro belos miradouros ou mirantes cilíndricos rematam os cantos.
Na fachada Nascente e Sul, podemos apreciar duas magníficas janelas ogivais geminadas góticas, encimadas por ornatos radiantes e rosáceos. A presença na fachada Sul, da pedra de armas da Casa de Avis, serve para atestar, que a construção da torre foi levada a cabo durante o reinado de D. João I (1385 -1433).
A cerca de 25 metros da Torre de Menagem, adossada ao pano Norte das muralhas, ergue-se uma torre de formato quadrangular e rematada no topo por um telhado com chaminé, que é conhecida pelos populares, como a Torre da Princesa, que fazia parte da alcáçova e, e tem na sua história a seguinte lenda:
Nos tempos em que Bragança ainda se chamava Benquerença, havia uma princesa órfã que vivia com o seu tio, o Senhor do Castelo. Um belo dia, a moça perdeu-se de amores por um jovem pobre, que partiu em busca de fortuna, deixando promessa de que só voltaria quando fosse digno da sua mão. Enquanto isso, a rapariga recusava pedidos de casamento, até o tio a obrigar a casar com um rico cavaleiro.
Entristecida, a princesa contou ao prometido que o seu coração tinha dono. Furioso, o tio invadiu, à noite, os seus aposentos, entrando por um porta disfarçado de fantasma, mas quando a princesa quase se rendia a casar com o homem rico, o sol entrou por outra porta mostrando o verdadeiro fantasma. A princesa não quebrou a jura de amor e ficou recolhida na Torre, que leva o seu nome para o resto da vida.
Não sabemos se o pobre rapaz algum dia voltou, mas as duas portas ficaram conhecidas como a Porta da Traição e a Porta do Sol.
Tal como esta, muitas têm sido as lendas que se têm criado à volta desta torre, mas analisando os desenhos de Duarte D’Armas (em 1509, foi incumbido pelo rei D. Manuel I de fazer o levantamento das fortificações próximas da fronteira com Castela), percebe-se que esta estrutura, era parte integrante do edifício do Paço dos Alcaides (entretanto desaparecido) e destinar-se-ia a servir de aposentos para os hóspedes do Castelo. Assim se justifica a presença na sua face voltada a sul, de quatro portas nos pisos superiores, hoje sem acesso pelo exterior.
O Paço dos Alcaides, de acordo com a planta do mesmo autor, era um edifício quadrangular com pátio interior aberto e arcaria em um dos lados, que fazia a ligação entre a Torre de Menagem e a Torre da Princesa, na vertente norte da fortificação. Chegava a meia altura da Torre de Menagem e no piso superior exibia oito janelas de formato quadrangular.
Para além da Torre de Menagem e da Torre da Princesa, outra torre, igualmente singular, se distingue das muralhas do Castelo de Bragança, é denominada por Torre do Relógio e fica situada à direita da Porta da Vila. Destinava-se a guardar as portas de entrada na cidadela, e a vigiar todo o vale do rio Fervença. Em 1681, foi adaptada a torre sineira, colocando lá, os sinos que estavam na igreja de S. Tiago, e que agora estão na torre da Sé.
Em 1791, é elaborado o projeto para a construção do novo Quartel do Regimento de Infantaria de Bragança, da autoria do Ten. Cor. Eng. José Morais Antas de Machado, e o local escolhido foi a cidadela. A muralha do lado nascente da fortificação é demolida e os seus materiais utilizados para nova construção. A Torre de Menagem e o pano de muros e cubelos que a cingem, também são aproveitados para acomodar o novo aquartelamento.
A partir de 1855, as instalações serviram para acomodar o Batalhão de Caçadores Nº. 3 e mais tarde, entre 1901 e 1937, o Regimento de Infantaria Nº. 10, voltando a aquartelar novamente o Batalhão de Caçadores Nº. 3 até 1960.
Com a chegada do Estado Novo (1933 – 1975) os monumentos nacionais vão ser alvo de atenção redobrada.
No que respeita ao Castelo de Bragança, este foi diversas vezes intervencionado pela DGEMN a partir dos anos 30 do século passado. Sendo que o período em que se realizaram mais intervenções no monumento, foi a década de 60, sobretudo com a demolição do Quartel do Batalhão de Caçadores 3, em 1964.
Classificado como Monumento Nacional em 1910, o castelo que hoje se oferece aos nossos olhos, ocupa uma área de 3,2 hectares e tem um perímetro aproximado de 670 metros. O seu pano muralhado de traçado oval irregular, é recortado por ameias com formato piramidal e pontuado por 23 torres, das quais, 10 são cubelos, 2 têm planta hexagonal e 11 têm formato quadrangular.
Na atualidade, o acesso à Torre de Menagem faz-se pela face voltada a Norte, através de uma escada externa feita em alvenaria de xisto, adossada à couraça da torre.
Esta é ladeada por sete magníficos cubelos (três a Leste, três a Oeste e um a Sul) abobadados a tijolo, que vão reunir-se com o pano de muralhas, na vertente Norte da fortificação.
No seu interior, o Museu Militar, cuja fundação remonta oficialmente a 1983, ocupa os quatro pisos, as dezasseis salas, terraço e cripta da Torre de Menagem, bem como todo o espaço exterior que é ladeado pelos cubelos, incluindo a Torre da Princesa. Este museu possui um acervo de grande valor histórico, que permite acompanhar a evolução do armamento ligeiro desde o século XVI, até meados do século XX. Procura promover a valorização, o enriquecimento e a exposição do património histórico-militar a si atribuído e divulgar os valores culturais ligados à história militar. Quem visita pode também subir ao terraço ameado, para contemplar as maravilhosas paisagens, com vista para as serras de Nogueira, Montesinho, Coroa, os cumes da Sanábria e para as terras leonesas.
Horário do Museu Militar
Terça-feira a Domingo das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00 (bilheteira encerra meia hora antes do fecho não sendo admitidas mais entradas);
Encerra: Segunda-feira e feriados
R. Dom João V nº 62
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