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Igreja de Santa Maria Rua da Cidadela s/n, Santa Maria, |
É muito provavelmente o templo religioso mais antigo da cidade de Bragança, já que, o início da sua construção remonta à época da fundação do burgo, nos séculos XI ou XII.
É conhecida pelos mais antigos, como Igreja da Nossa Senhora do Sardão, pois a sua origem está associada a uma lenda, segundo a qual: “nas lutas com os mouros, a povoação, onde agora se ergue a cidadela, foi destruída e os seus habitantes fugiram escondendo as sagradas imagens, passados quase duzentos e oitenta e cinco anos da Reconquista Cristã, apareceu a de Santa Maria, num sardão, carrasco ou azinheira de espesso matagal, crescido em cima das ruínas do primitivo povoado. Levaram-na para o monte, hoje Cabeço da Cidade, a uma légua desta, na confluência do Sabor e Fervença, onde então viviam, mas de noite, a imagem da Virgem voltava para o primitivo local (o sardão) e tantas vezes o fez, até que, desenganados, vieram habitar junto dela edificando-lhe um templo.” (Frei Agostinho de Santa Maria, 1716; cit. por Alves, 2000, Tomo II, p. 277)
Da sua arquitetura medieval românica, já poucos aspetos subsistem após séculos de acrescentos e remodelações. A sua arquitetura atual, de preponderância barroca, advém aliás, das sucessivas campanhas de obras, levadas a cabo ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII.
O corpo do monumento apresenta um interior dividido em três naves por seis arcos de volta perfeita, feitos em ladrilho e apoiados em pilares chanfrados, tal como na capela-mor, que deverá datar de 1580.
No interior, a capela dos Figueiredos (dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres) foi mandada executar (1585) por Pero de Figueiredo, alcaide-mor de Bragança.
Do lado do Evangelho, do século XVII, temos uma capela adoçada ao corpo da igreja, dedicada a Santo Estevão, com o acesso feito por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e com a cobertura feita em abóbada de cruzaria. O retábulo, data já de 1686 e foi mandado fazer por Lopo de Magalhães.
Do lado da Epístola, temos dois nichos em arco de volta perfeita, também feitos em ladrilho, ocupados pelas imagens do Sagrado Coração de Jesus e da Santa Helena. Segue-se a capela dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres, mandada executar por Pero de Figueiredo, alcaide-mor de Bragança, em 1585. Trata-se de uma capela retabular, feita em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas encimadas por pináculos e rematada no cimo, por um frontão triangular, onde se encontra esculpido o brasão da família Figueiredo. À capela, segue-se um retábulo de talha dourada, ocupado pela imagem do Divino Senhor da Vila, ladeado por imagens de Nossa Senhora e de São João. O retábulo da capela-mor é joanino, feito de talha policromada, branca e dourada, decorada com motivos fitomórficos. Possui dois nichos, o do lado do Evangelho, alberga uma imagem de São José, e o nicho do lado da Epístola, alberga uma preciosa e expressiva imagem de Santa Maria Madalena (obra seiscentista do mestre Gregório Fernandez ou Pedro de Mena, das oficinas de Valladolid). Do lado direito do altar-mor, fica a entrada para a sacristia.
O teto da nave, em abóboda de berço, possui uma pintura cenográfica, com motivos arquitetónicos, no centro, a representação da ascensão de Nossa Senhora.
Ao fundo da igreja temos, do lado do Evangelho, a escadaria de cantaria que dá acesso ao coro alto balaustrado, também em cantaria, e sob este em capela própria, a pia batismal.
No exterior o grande destaque vai para a sua entrada principal, de feição tipicamente barroca, dos inícios do século XVIII. Trata-se de um portal ladeado por duas colunas pseudo salomónicas, lavradas em espiral e ornamentadas com cachos de uvas, em cima das quais se encontram as imagens de São Pedro e São Paulo. No meio do entablamento, irrompem duas colunas idênticas às inferiores, mas de menor dimensão, que delimitam uma janela quadrangular encimada por um frontão em arco, flanqueado por dois pináculos embutidos na parede. A ladear todo este magnífico conjunto temos ainda quatro nichos, onde faltam já as esculturas que os ornamentavam. Do lado direto da entrada principal, encontra-se a torre sineira, com aberturas em arco de volta perfeita em cada um dos panos e uma cobertura em cúpula encimada e ladeada por cinco pináculos.
Entrada Gratuita
Aberta todos os dias das 9h30 às 17h30
Celebrações religiosas: Sábado pelas 17h00
Rua da Cidadela s/n, Santa Maria,
5300-025 Bragança
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